A introdução do BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem de Informação para a Construção) na indústria brasileira tem revolucionado há mais de uma década a forma como se realizam projetos no país e é caracterizada pela interoperabilidade de modelos.

Os sistemas BIM não apenas permitem a execução de todos os detalhes de projeto em 3D, como também reúnem a extensa gama de informações relativas a eles de maneira orgânica. O resultado é mais do que apenas um conjunto de plantas, cortes ou detalhes de um empreendimento, mas um verdadeiro modelo digital da edificação que será construída.

As tecnologias BIM possibilitam projetar os diferentes componentes e sistemas de uma edificação de maneira visualmente realista e rica em dados, permitindo estabelecer as relações espaciais e interações físicas entre os materiais e prevendo o comportamento dos variados elementos da edificação.

O modelo inclui os quantitativos de materiais, as propriedades de cada insumo e componente e as inter-relações estabelecidas entre eles ao longo da execução. O BIM também permite prever cada etapa da sequência executiva, de modo que tudo é antecipado no modelo virtual, reduzindo drasticamente as surpresas no canteiro.

Além disso tudo, os sistemas BIM abrangem todas as informações gerenciais do projeto, como valores, contratos, cronogramas, interações em canteiro e um sem-número de dados de planejamento.

Como se trata de uma ferramenta de compatibilização de projetos, a tecnologia BIM possibilita que os diferentes envolvidos em cada etapa alimentem o mesmo modelo e interajam virtualmente. Por tudo isso, o projeto em BIM é o documento central empregado por todos os envolvidos no empreendimento, da concepção até a entrega – e mesmo durante o uso.

Desafios

De acordo com Thiago Borba Marques, engenheiro de software na Construmarket, é comum que as companhias acreditem estar trabalhando com BIM, mas na realidade estejam apenas usando a metodologia para fazer uma maquete 3D do projeto – e deixem de lado a infinidade de potencialidades da ferramenta.

Hoje, para uma construtora trabalhar com projetos BIM, ela precisa contar com plataforma CDE para gerenciamento de projetos, plataforma para visualização 3D, plataforma para gestão de colaboração, plataforma para extração de quantitativo de levantamentos e outras”, Borba exemplifica.

O uso limitado do BIM gera gastos desnecessários e representa um emprego pouco eficiente de sistemas e profissionais.

Mesmo quando as companhias estão empregando a tecnologia BIM de modo mais adequado, surgem muitos obstáculos à exploração eficiente de suas potencialidades.

Como há diversas plataformas disponíveis que utilizam a metodologia BIM, existe um alto grau de complexidade no mercado quando se trata de promover a relação entre diferentes equipes e empresas em um mesmo projeto.

Um dos maiores desafios é sem dúvida a comunicação, visto que tais profissionais dependem de integração e, portanto, de ferramentas que propiciem isso”, explica Borba.

Quando é necessário fazer transições de uma plataforma à outra, surge o risco direto de perda de informações, algo que muitas vezes acaba não sendo observado nos procedimentos de transferência.

É na preparação de tais transferências que, em muitos casos, a complexidade burocrática do sistema eleva a dificuldade das empresas para a adoção do BIM. É comum que as organizações voltem atrás e abram mão dessa metodologia”, acrescenta Borba.

Como o modelo projetado em BIM é o ponto comum das diferentes plataformas empregadas pelas empresas, o ideal, de acordo com Borba, é que todos esses ambientes sejam unificados tanto quanto possível para deixar a colaboração fluida e segura.

Interoperabilidade

A interoperabilidade entre diferentes sistemas BIM é a capacidade de duas ou mais plataformas se comunicarem por meio de um padrão, seja aberto ou interno. De fato, a metodologia BIM nasceu justamente para isso, ou seja, para permitir a colaboração de diferentes profissionais e equipes, embora a multiplicidade de plataformas existentes muitas vezes impeça essa fluidez.

“Como o BIM é extremamente amplo, nenhuma plataforma do mercado consegue abranger todo o seu potencial em um único ambiente”, aponta Borba.

O engenheiro explica que o módulo BIM da Construmarket é totalmente construído pensando em padrões abertos da metodologia IFC (Industry Foundation Classes) e BCF (BIM Collaboration Format).

“Nesse momento, estamos também criando a interoperabilidade interna do sistema com nosso CDE de gerenciamento de projetos Construmanager. Além de trazer segurança e velocidade para transmissão de informação, também traz a facilidade de usar as ferramentas de forma integrada e prática”, ele aponta.

Vantagens da interoperabilidade

Utilizando um padrão aberto, os diferentes softwares que operam com a metodologia BIM tornam-se capazes de trocar arquivos e dados sem que sejam perdidos volumes significativos de informações.

A diversidade de uso e de troca de informações é a principal vantagem da interoperabilidade. Empresas que buscam adotar a metodologia BIM ou estão no processo de amadurecimento do emprego da tecnologia precisam entender que o trabalho colaborativo e a agregação de informações em um mesmo projeto são a principal potencialidade da tecnologia.

“As companhias que têm como visão integrar informações – por exemplo, com a extração e levantamento de quantitativos de materiais – estão se empenhando para utilizar a metodologia de forma adequada”, avalia Borba.

O Construmanager, de acordo com o engenheiro, passou a contar com módulo BIM para que haja máximo aproveitamento de todas as plataformas.

“Nossa ideia é maximizar o potencial que a metodologia pode oferecer, ou seja, um ambiente em que podemos publicar modelos, comunicar avanços, gerenciar pendências, extrair quantitativos de materiais e muito mais funcionalidades a serem lançadas ainda este ano”, Borba conclui.

Conheça essa e outras vantagens de utilizar o Construmanager.


Texto: Eduardo Campos Lima


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Colaboração técnica:

Thiago Borba Marques – Graduado em engenharia civil pela Universidade Mackenzie, é certificado em Ciência de Dados e Arquitetura de Software. Atuou como engenheiro de projeto estrutural na Pedreira Engenharia e na RM Mais Projeto Estrutural, onde também trabalhou como Desenvolvedor BIM. Na Construmarket, é engenheiro de software sênior.

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