Nem sempre a construção de um empreendimento atende exatamente a tudo o que foi projetado. As alterações podem ocorrer por vários motivos.

A construtora pode, por exemplo, precisar adequar a obra ao orçamento do incorporador e, para tanto, sugerir mudanças no processo construtivo. Ou, depois de iniciada a construção, o empreendimento ser vendido para uma corporação que deseja adequá-lo às suas necessidades.

De acordo com o arquiteto Paulo Maurício D’Arienzo, da PAR Arquitetura, a gestão de projetos é um processo único e quanto maior for o volume de informações de detalhamento que o arquiteto tiver sobre o produto, mais próximo estará da “perfeição na gestão de projetos”.

Mas a etapa de projetos pode ser um pouco conturbada, como no caso de um retrofit que altera o produto visando adequá-lo a outras necessidades. “Além das surpresas encontradas na fase do desmonte da estrutura antiga para a implantação da nova, o cliente pode mudar de opinião sobre algo que já estava definido”, afirma.

 

 

CLAREZA É ESSENCIAL

A responsabilidade do arquiteto é muito grande. Precisamos garantir a adequação, o funcionamento e a longevidade da edificação, diz Paulo Mauricio D’Arienzo.

Entretanto, diz, quando o arquiteto tem definido o produto, a perfeição na gestão de projetos se torna algo real. O gestor de projeto trabalha junto com o de produto, dando suporte técnico.

O gestor do produto faz o dimensionamento de mercado, avalia a viabilidade do empreendimento e cabe ao arquiteto encontrar a melhor performance técnica para cada situação. Feito isso, diz, resta executar a obra com nível de construtibilidade elevada. “Generalizando, as pessoas não querem saber se o banheiro é bonitinho, querem que ele funcione adequadamente”, afirma.

Ele reforça que o objetivo do projeto é construir um empreendimento que será usado por pessoas que não entendem de Construção Civil, como médicos, dentistas, advogados e famílias. “A responsabilidade do arquiteto, portanto, é muito grande. Precisamos garantir a adequação, o funcionamento e a longevidade da edificação”, conta.

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GESTÃO EXIGE PREPARO

Em sua opinião, a gestão de projetos é função do profissional com formação adequada, que teve a oportunidade de trabalhar em construtoras, que presta serviços de gestão técnica de projetos. Durante sua ação no dia a dia, passa e recebe aprendizado no relacionamento com seus interlocutores. “A gestão de projeto técnico tem que ser feita com paixão”, diz.

Na fase de execução, entra em cena o gestor de produção – profissional que administra os conflitos que surgem, principalmente se faltou alguma informação dos projetistas.

Seu objetivo é fazer a obra acontecer de maneira coordenada, sincronizada e adequada, conforme o que foi definido previamente para garantir que haja perfeição na gestão de projetos. “Não acredito em mudanças radicais no projeto durante a gestão da produção”, afirma.

Em sua análise, o gestor da produção pode desenvolver projetos de detalhes em fachadas, em decisões mecânicas como no funcionamento de esquadrias e adequação de alvenaria. “Nesses casos, ele pode solicitar alterações ao arquiteto, ou ele mesmo assumir soluções visando melhorar a obra. Mas ele não faz mudanças estruturais já definidas, não há mudanças na hora de executar a obra”, afirma.

ATRIBUIÇÕES DO GESTOR

O gestor da produção é o homem do meio de campo, trabalha para realizar o projeto e ajuda o setor de suprimentos a definir as melhores compras para atingir a melhor relação custo-benefício, diz Paulo Maurício D’Arienzo

Ele explica que acontece de a incorporadora desenvolver um projeto para determinado produto e contratar a construtora. Esta, visando reduzir custos da obra, pode propor outros caminhos construtivos. “Já vi construtora propor soluções que alteram a estrutura orçamentária para um custo menor, mantendo ou melhorando a performance do empreendimento”, diz.

O gestor da produção é o homem do meio de campo, trabalha para realizar o projeto, ajuda o setor de suprimentos a definir as melhores compras para atingir a melhor relação custo-benefício. “É quem vai colocar a obra em pé, quem vai fazer acontecer. Ele não tem que pensar em projeto. Quem toma esse tipo de decisão são os arquitetos. Se logo no início da obra o gestor da produção sugere alterações, é porque por algum motivo o projeto não foi feito corretamente”, afirma.

D’Arienzo explica que, ao trabalhar com um terreno limpo, o projetista define o tipo de fundação adequada para aquele local, que tem suas características próprias. Dependendo do tipo de solo, vai precisar optar pelo processo construtivo adequado.

Entretanto, se na definição de um produto ficou definido um determinado tipo de estrutura para aquele terreno, ou que o prédio terá 12 elevadores, isso será mantido na construção. “O gestor da produção não faz esse tipo de alteração de projeto. Ele pode sugerir variáveis no acabamento da obra, mas nas questões de engenharia não dá para mudar”, afirma.

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Redação AECweb / Construmarket


Colaboração técnica

Paulo Maurício Alves D’arienzo – Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie (FAU-M), fundou em março de 1995 a Par Arquitetura, empresa de arquitetura e gerenciamento técnico de projetos.

Foi chefe do departamento de arquitetura, gerente de projetos e gerente nacional de projetos da GAFISA Imobiliária, onde participou de projetos e obras de empreendimentos hoteleiros, residenciais, comerciais e shopping centers.

A Par Arquitetura oferece serviços de gerenciamento de projetos; coordenação geral de projetos; racionalização dos sistemas construtivos; desenvolvimento e detalhamento de projetos arquitetônicos; estudos de massa; projetos arquitetônicos e acompanhamento e fiscalização de obras.

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