Inspirar-se na natureza para projetar e construir edifícios mais inteligentes e sustentáveis é o maior objetivo da arquitetura biomimética.
Dentro desse conceito, a observação e a replicação das funções de elementos da natureza podem alterar o design dos sistemas mecânicos, o paisagismo, a estrutura e a fachada de uma construção, reduzindo consideravelmente seu impacto ambiental.
O termo biomimética deriva do grego bios, que significa vida, e mimésis, que significa imitação. Ou seja, está relacionado à ideia de imitação da vida e pode ser aplicado aos projetos arquitetônicos que buscam replicar o funcionamento das estruturas da natureza em suas construções.
Como a biomimética adapta conceitos da natureza na busca por soluções sustentáveis que aumentem a eficiência das edificações, relevos e superfícies de folhas e peles de animais, para citar alguns exemplos, podem inspirar desenhos e soluções de fachadas de edifícios, enquanto os esqueletos de certos animais com seus reforços pontuais servem de inspiração para a criação de estruturas.
O conceito é inovador justamente por aplicar às construções estratégias de sobrevivência dos seres vivos que resistiram à evolução natural – considerando que apenas 1% das espécies sobreviveu em 4 bilhões de anos de existência do planeta.
É por focar nessas adaptações altamente especializadas e testadas ao longo da vida na Terra que a biomimética tem chamado a atenção de arquitetos e engenheiros mundo afora.
O extenso tempo de pesquisa e de desenvolvimento do projeto e a falta de profissionais especializados em biomimética e com interesse em inovação ainda são as principais barreiras para a difusão do conceito no setor.
Mesmo assim, há diversos exemplos de estruturas e edificações concebidas com base em modelos naturais e com estética que se assemelham a ninhos de pássaros, teias de aranha, árvores ou até mesmo estruturas do corpo humano ou animal.
Um dos exemplos mais emblemáticos e consagrados da arquitetura biomimética é o icônico projeto Eastgate Building, localizado no Zimbábue.
Nele, o autor, Michael Pearce, se inspirou nos cupinzeiros africanos como solução para driblar as grandes variações de temperatura da região. Como habitam o deserto, essas estruturas precisam resistir a uma flutuação de temperatura muito grande, que vai de zero a 40 °C.
E mais: esses cupinzeiros possuem um sistema complexo de controle de temperatura interno, que funciona através de canais de ventilação para sobrevivência de seu alimento, um fungo que necessita de temperatura constante de 30 °C.
A observação desse elemento da natureza tão peculiar permitiu a adoção de soluções para a construção localizada no país africano. Com a biomimética, foi possível reduzir 10% no valor de investimento em sistemas de climatização e gerar uma economia de 35% no custo operacional com energia elétrica do edifício.
Mas a aplicação da biomimética não se restringe apenas aos projetos. Muitas empresas também vêm desenvolvendo soluções com o conceito aplicado, a exemplo das pinturas autolimpantes inspiradas na folha de lótus da Lotusan Paint, as pás de turbinas eólicas inspiradas em barbatanas de tubarão, além das pesquisas de sensores de distância inspiradas em cardumes de peixes, desenvolvidas especialmente para a indústria automobilística.
Ao apostar em projetos arquitetônicos biomiméticos, a indústria da construção pode alcançar um benefício ambiental substancial.
Isso porque esse tipo de arquitetura que se baseia na observação e aplicação das estratégias mais eficientes e consagradas da vida existente no planeta pode contribuir para reduzir os impactos do setor ao meio ambiente.
Como o objetivo é criar empreendimentos mais sustentáveis e inteligentes a partir das soluções apresentadas pela natureza, o resultado da biomimética aplicada na arquitetura é a criação de edifícios com menos consumo de energia elétrica e de água e menor geração de resíduos.
A arquitetura biomimética também prevê conforto térmico e acústico natural, eliminando equipamentos como ar-condicionado e aquecedores.
Outro foco importante é criar edifícios mais resistentes e duráveis, capazes de suportar tempestades, correntes marítimas e terremotos.
Um dos seus pontos altos é a possibilidade de uso da energia solar de modo que as edificações sejam completamente autossustentáveis. A ideia é atingir o máximo de aproveitamento da luz do sol, que deve entrar, aquecer e iluminar os ambientes.
Com isso, é possível dispensar itens como lâmpadas e aquecedores. O uso de placas fotovoltaicas também pode eliminar a necessidade de uso de energia elétrica tradicional.
Por se tratar de um conceito inovador, é comum que a arquitetura biomimética seja percebida como cara e inacessível.
Mas, tendo em conta todos os benefícios mencionados acima, é possível reverter todo o investimento inicial em redução de custos de operação dos edifícios em longo prazo. Com soluções bem aplicadas de biomimética, as contas de água, gás e energia elétrica podem cair significativamente.
Apesar de proporcionar inúmeros benefícios às construções e a seus usuários, a sua difusão ainda é lenta e restrita a projetos altamente inovadores.
Um dos motivos é a sua singularidade na etapa do desenvolvimento do projeto. Ele deve ser feito por uma equipe multidisciplinar e especializada, geralmente composta por cientistas, biólogos, arquitetos, engenheiros e outros profissionais exigidos de acordo com a demanda de cada projeto.
Apesar de pouco difundida na arquitetura e na construção civil, a biomimética pode contribuir para reduzir o impacto ambiental de uma edificação. Como toda inovação, a implantação dos seus conceitos ainda está restrita a projetos de ponta.
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