Quando se trabalha em uma obra habitacional de interesse social, as áreas de planejamento e orçamento devem estar muito bem alinhadas. “São obras com custos mais competitivos e não tê

imobiliário. São construções que precisam ser feitas rapidamente. O aumento do tempo da obra acarreta em diminuição do lucro e, portanto, as ações devem ser precisas, programadas, rápidas e sem erros. Como as obras de interesse social são financiadas pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, o dinheiro é restrito e precisa ser bem planejado. O ganho vem da grande escala, são 250, 500 unidades em cada empreendimento”, afirma Marcelo Augusto Farias de Castro, coordenador do curso de Gestão de Projetos Habitacionais de Interesse Social do Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC).

O grande desafio em projetos de habitações de interesse social, de acordo com Farias de Castro, é a busca constante por novas tecnologias. “Da forma tradicional que o mercado da construção civil está acostumado a trabalhar não é possível construir de forma rápida. É preciso sair do convencional, da alvenaria, para trabalhar com painéis pré-moldados de concreto armado e outras soluções. E, ainda, mudar a cultura da população que está acostumada a ver as edificações sendo construídas com tijolo, cimento e areia. A construção rápida parte para novas tecnologias”, explica.

GESTÃO DO TEMPO

São obras com custos mais competitivos e não têm os percentuais de lucro normalmente praticados pelo mercado imobiliário. São construções que precisam ser feitas rapidamente. O aumento do tempo da obra acarreta em diminuição do lucro e, portanto, as ações devem ser precisas, programadas, rápidas e sem erros. Como as obras de interesse social são financiadas pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, o dinheiro é restrito e precisa ser bem planejado. O ganho vem da grande escala, são 250, 500 unidades em cada empreendimento

O tempo sempre está atrelado a qualquer tipo de projeto e, principalmente, quando se trata de construção civil e obras habitacionais de interesse social.

“O planejamento é importantíssimo e precisa ser muito bem feito. A relação com os stakeholdersé tão relevante que em algumas construtoras já são feitas medições de controle de qualidade da obra para, somente depois, efetuar o pagamento dos empreiteiros. Justamente para garantir que o serviço saia de acordo com os padrões de qualidade. Com o advento da norma de desempenho ABNT NBR 15.575 esses critérios ficarão ainda mais exigentes. As construtoras estão, cada vez mais, trazendo a questão da qualidade para a cultura organizacional da empresa, para o dia a dia, fazendo com que os procedimentos tornem-se mais efetivos dentro da execução e controle da obra”, comenta o coordenador.

Quando se trabalha com grandes escalas, qualquer tipo de ganho ou de redução de custo é significativo. “Assim, a economia em uma unidade não é representativa, mas se multiplicarmos pela quantidade de unidades totais que serão construídas e pelos próximos projetos que serão desenvolvidos, esses valores passam a ser importantes. Cada vez mais a engenharia de produção está entrando dentro dos processos construtivos da engenharia civil. É necessário ter essa visão mais industrializada da construção civil”, ressalta Farias de Castro.

Ele completa: “A padronização dos imóveis é um fator que colabora para a agilidade da construção. O uso da mesma metodologia construtiva proporciona condições de fazer mais rápido, já que é um trabalho que foi feito muitas vezes anteriormente”.

O PROJETO

Quando o projeto base não é bem feito, passam despercebidos detalhes importantes de execução. O planejamento e orçamento da obra ficarão deficitários e acarretarão, mais à frente, no momento da construção, dúvidas e retrabalhos

É a partir do projeto arquitetônico que o escopo da execução da obra vai nascer. Para o coordenador, quando um projeto é mal elaborado e especificado, com certeza terá implicações em custo e prazo. “Quando o projeto base não é bem feito, passam despercebidos detalhes importantes de execução. O planejamento e orçamento da obra ficarão deficitários e acarretarão, mais à frente, no momento da construção, dúvidas e retrabalhos”.

Farias de Castro explica que a construtora apresenta o projeto para o órgão financiador, a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil, que irá analisar e aprová-lo. “As construtoras que executam as obras já possuem seus próprios projetistas”, diz, lembrando que o programa Minha Casa Minha Vida atende as faixas de renda de 0 a 3, de 3 a 6 e de 6 a 10 salários mínimos.

“Quando se trabalha na faixa de 0 a 3, a prefeitura ou o município têm que entrar com alguma contrapartida, como a doação de terreno, para que o preço seja viável para a construtora. Agora, quando o projeto é voltado para a população que recebe de 3 a 6 e de 6 a 10 salários mínimos, o próprio incorporador é responsável por todo o desenvolvimento. Essas variáveis mudam dependendo da faixa dos empreendimentos que serão construídos”.

Redação AECweb / Construmarket

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Marcelo Augusto Farias de Castro – Engenheiro Civil, Mestre em Economia, Professor dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção e Arquitetura da UNIFOR-CE, e coordenador de Cursos de Especialização, Aprimoramento e Aperfeiçoamento da UNICID-SP e INBEC-CE.

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