Gestão de Mudanças protege o negócio

As boas práticas de gestão de mudanças (MoC) e perdas têm grande abrangência na construção civil.
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As boas práticas de gestão de mudanças (MoC) e perdas, previstas pelo PMI – Project Management Institute – têm grande abrangência na construção civil. Foi criada, segundo o engenheiro Claudio Dall’Acqua, curador da FDTE – Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia -, com o objetivo de apoiar a administração e o controle de todas as mudanças que podem ser consideradas como eventos de risco e causar impacto nos negócios e nos empreendimentos em particular.

“O MoC, além de garantir a utilização de métodos e procedimentos padrões recomendados para o manuseio rápido e eficiente de todas as mudanças, facilita a implementação de mudanças aprovadas, de forma eficiente e dentro de um risco aceitável para o negócio”, explica, acrescentando que “na adoção dos procedimentos, pode-se obter um sistema de revisão e de autorização ou liberação, para avaliar os ajustes propostos”.

O sistema ainda inclui medidas preventivas, de maneira que o pessoal potencialmente afetado é notificado da mudança, e os documentos pertinentes, como procedimentos e conhecimento de segurança de processo, entre outros, são mantidos atualizados.

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Segundo Dall’Acqua, o gestor de projetos necessita usar a gestão de mudanças (MoC) e perdas em todas as solicitações de mudança (change ordens) que tenham o potencial de gerar impactos, positivos ou negativos, ou seja, riscos que podem gerar não apenas perdas, mas também oportunidades que geram benefícios.

“As organizações ligadas à construção civil geralmente têm procedimentos escritos detalhando como o MoC será implementado. Recomenda-se a adoção desses procedimentos a todo o trabalho que não é claramente determinado para ser efetivo e que possa trazer riscos operacionais e financeiros para a companhia. Os resultados dos processos de revisão e de mudança são documentados em formulários específicos, de forma a tornar viáveis as informações fornecidas por projetistas, engenheiros, técnicos e terceiros. Depois que a alteração for aprovada pela análise e forma crítica prevista no MoC, ela está pronta para ser implementada”, ensina.

A gestão de mudanças e perdas é fundamental para o sucesso do empreendimento ou da própria empresa, de acordo com o engenheiro. “Pois, o prejuízo em um determinado empreendimento, por falta de boas práticas na gestão de mudança, pode gerar um desequilíbrio financeiro na empresa contratada, assim como, na contratante”, diz. Diante disso, ele lembra que o profissional de gestão de projetos dispõe de literatura a respeito publicada pelo PMI, que recomenda essas alterações estruturais como as boas práticas para tratar as mudanças, como o HCMBOK – Human Change Management Body of Knowledge, que conecta as atividades de Gestão de Mudanças Organizacionais com as etapas e atividades típicas de gestão de um projeto de qualquer natureza; o PMBOK – Project Management Body of Knowledge; e o Contruction Extension to the PMBoK Guide.

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Para expor os principais riscos decorrentes de uma má gestão de mudanças (MoC) e perdas, Claudio Dall’Acqua frisa o princípio de que todo empreendimento se baseia em um tripé que define seu equilíbrio: escopo, prazo e custo. “Mudanças no escopo do projeto não gerenciadas apropriadamente, certamente trarão impactos nos custos e no cronograma do empreendimento. Dependendo do tipo de alteração proposta ou da fase em que é introduzida no ciclo de vida do projeto, os riscos podem se tornar insuportáveis por alguma das partes contratantes envolvidas no empreendimento. A essência do controle da administração contratual e da gestão de mudanças é estabelecer uma cuidadosa análise dos riscos contratuais envolvidos e procurar mantê-los sob controle, evitando-os ou mitigando-os com a excelência da gestão”.

O engenheiro comenta que existem diversos casos de boas mudanças promovendo ganhos para as duas partes (contratante e contratado), em conflito de pontos de vista sob os rumos do empreendimento. A maioria dos pleitos ou disputas contratuais tem como semente a falta de gestão das mudanças e respectiva falta de um adequado alinhamento entre as partes. “Observo com esperança o momento de compreensão que estamos vivendo no Brasil, pois as empresas bem administradas e focadas perceberam que o melhor caminho e o mais célere para evitar os danos dos eventos de riscos, é resolver a disputa através dos procedimentos que se afastam da demora e até de alguma incerteza do judiciário. Os procedimentos de solução, previstos em contratos e aqueles ligados à mediação e à arbitragem, estão sendo bem aceitos pelas boas empresas do setor”, destaca.

Dall’Acqua finaliza, dizendo que o poder público ainda tem dificuldades em aceitar tais procedimentos. “Não porque desconheça a sua eficácia, mas basicamente em função da sua cultura burocrática de recorrer até a última instância de decisão, aceitando aquilo que o poder judiciário determinará, mesmo que não seja a melhor solução. Mas, tenho fé que os bons ventos universais, nos trazendo exemplos das melhores práticas de gestão de mudanças, promoverão uma abertura salutar para o segmento da construção civil”, conclui.


Redação AECweb / Construmarket


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Colaborou para esta matéria

Claudio A. Dall’Acqua – Engenheiro Civil, pela Poli-USP com pós graduação e extensão profissional em Administração Financeira e Gestão de Empresas, pela FGV; em Contract Administration and Risk Management – Princeton – USA; em Gestão da Qualidade e Produtividade pela Fundação Vanzolini e Instituto de Engenharia; Arbitro da Câmara de Mediação e Arbitragem do Instituto de Engenharia e Engenheiro de Segurança do Trabalho, pela Esc. de Engenharia da FAAP.

É diretor regional para a América do Sul da Pegasus-Global Holdings; sócio fundador da empresa Dall’Acqua. Sócio fundador SMO – Participações e Empreendimentos. Exerce atividade cívica em entidades de classe e órgãos de desenvolvimento da engenharia como Upai – Pan American Federation of Engineers Societies; WFEO – World federations of Engineerig Organizations; FDTE – Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia – USP, Instituto de Engenharia–Brasil; Fiesp/Consea; IPT; CREA-SP; ASCE – American Society of Civil Engineers: IBDIC – Instituto Brasileiro do Direito e Construção.

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