Em todo projeto deve haver um gerente que tenha como responsabilidade atingir os principais objetivos de prazo, qualidade e custos. “Subordinado ao gerente do projeto, está o gerente de custos, responsável pela área. No gerenciamento de custos, o mais importante é a experiência do profissional com a abrangência do projeto. E, evidentemente, o conhecimento das boas técnicas, a fim de elaborar uma boa estimativa de custos e efetuar o monitoramento cuidadoso entre o custo previsto e o realizado”, afirma Paulo Roberto Vilela Dias, fundador e presidente do IBEC – Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos.

“A gestão de tempo é fundamental ao bom desempenho do projeto e afeta o seu custo. Ao se tentar recuperar os prazos, é muito comum a elevação do orçamento”

Paulo Roberto Vilela Dias

A relação custo-benefício é uma das premissas do gerenciamento de custos. “É uma das variáveis mais importantes do projeto, aliado ao estudo de alternativas de trabalho para definição da mais interessante ao empreendimento. A relação custo-benefício precisa ser avaliada antes do início da implantação do projeto e será apoiada em uma estimativa rigorosa de custos. Durante a execução do projeto, as variáveis devem ser acompanhadas para que seja possível fazer os ajustes necessários, que garantam a manutenção da relação benefício-custo original”, explica Dias.

Um bom gerenciamento de custos está diretamente ligado a uma boa gestão de qualidade e de tempo. “O gerenciamento de um projeto passa, necessariamente, por todas as áreas de abrangência estabelecidas nos manuais convencionais. Entretanto, a gestão de tempo é fundamental ao bom desempenho do projeto e afeta o seu custo.”

“Os desvios mais frequentes acontecem nos tempos estabelecidos para as diversas etapas do empreendimento, comprometendo os prazos. Ao tentar recuperar os prazos, é muito comum a elevação do orçamento, devido à necessidade de aumento de recursos, bem como o prejuízo da qualidade planejada”, explica o fundador.

“Erros nas estimativas de custos fazem com que as obras sejam paralisadas e tenham seu cronograma físico estendido desnecessariamente; reduzem drasticamente a qualidade da obra e a remuneração dos profissionais envolvidos; aviltam os preços dos fornecedores e ocasionam uma absurda elevação da sonegação tributária

Paulo Roberto Vilela Dias

Segundo o presidente do IBEC, é comum que a paralisação das obras de um empreendimento ocorra por conta do orçamento estourado. A causa estaria nos erros da estimativa inicial de valores.

“Estimativas de custos abaixo do real se devem, em geral, à inexperiência da equipe do projeto”, informa, listando uma série de consequências danosas: “Erros desse tipo fazem com que as obras sejam paralisadas e tenham seu cronograma físico estendido desnecessariamente; reduzem drasticamente a qualidade da obra e a remuneração dos profissionais envolvidos; aviltam os preços dos fornecedores e ocasionam uma absurda elevação da sonegação tributária”, comenta.

ATENÇÃO

Ao elaborar um plano de gerenciamento de custos é importante que ele seja calcado, de maneira eficiente, nas características próprias do projeto, em bons levantamentos de quantidades e preços, e na experiência da equipe.

“O gerente de custos deve estar atento às inúmeras variáveis que podem ocorrer durante a execução do projeto e conduzir as mudanças necessárias. As principais delas são modificações no escopo do trabalho; na legislação e em tributos no decorrer da execução do projeto; alterações de preços dos insumos básicos; variações dos índices econômicos que afetam o projeto; necessidade de alteração no cronograma físico-financeiro do projeto; alterações na equipe do projeto e no escopo que levem a novas tecnologias ou a situações que a equipe não detém experiência”, afirma o presidente.

Todos os itens pesam no custo total de uma obra. “A garantia dos valores estabelecidos na estimativa de custos inicial é fundamental. Todos os recursos físicos e financeiros devem ser monitorados, permanentemente, a fim de que não ultrapassem a estimativa elaborada. A composição do preço de venda de uma obra segue, de maneira geral, os fatores de custo indireto, lucro, custo direto e tributos, conforme o gráfico”, esclarece Dias.

Redação AECweb / Construmarket

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Paulo Roberto Vilela Dias – É Engenheiro Civil pela UFRJ e Mestre em Engenharia Civil pela UFF. É Fundador e Presidente do Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos – IBEC, desde 1999, onde atua como Consultor na área de Engenharia de Custos e Professor dos cursos de MBA e Pós-Graduação.

Em sua carreira, já foi responsável técnico de empresas construtoras e consultor de grandes empresas. Recebeu o Prêmio Internacional “ICEC AMERICAS AWARD 2010”, em Singapura, como Engenheiro de Custos pelo ICEC em 2010.

Em 2011, foi condecorado pela Marinha do Brasil e pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em 2013, quando recebeu a Medalha Tiradentes. Ele recebeu o Diploma do Mérito da Engenharia e da Agronomia pelo CREA-RJ e Honra ao Mérito pelo Corpo de Engenheiros da Marinha em 2012. É autor de cinco livros técnicos de Engenharia de Custos.

Paulo Dias possui mais de 40 anos de experiência em Construções, Transportes e Orçamentos de Obras e é palestrante internacional e nacional. É membro da AACEI – Association for the Advancement of Cost Engineering e da ABC – Associação Brasileira de Custos, Diretor da AFEA – Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos, e Conselheiro do Clube de Engenharia.

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