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Um gestor de projetos de uma construtora gere, em média, 25 projetos de um único empreendimento. Do outro lado da mesa, o gestor de projetos de impermeabilização tem cotidiano semelhante, ao administrar dezenas de projetos simultaneamente. Em entrevista ao portal AECweb, Virginia Clemencia Pezzolo, engenheira e sócia fundadora da Proassp, diz que o principal desafio trabalhar com prazos apertados e a adequação dos melhores sistemas ao custo desejado pelo cliente.

Explica, ainda, como funcionam os projetos de impermeabilização, a começar pela definição do local. Depois, é preciso administrar as interfaces com os demais projetos.

AECweb – Quais são os desafios quando se desenvolve um projeto?
Pezzolo – Normalmente os desafios são os prazos apertados e a adequação dos melhores sistemas ao custo desejado pelo cliente.

AECweb – Como resolvem esses desafios?
Pezzolo – Sempre oferecemos ao cliente as melhores alternativas, apresentando custos, vantagens e desvantagens de cada sistema, de modo a permitir a escolha mais adequada.

 

AECweb – Empreendimentos diferentes, projetos diferentes. Como coordená-los ao mesmo tempo?
Pezzolo – Com certeza. Cada projeto tem suas peculiaridades em termos de detalhamento e interferências. Em relação ao gerenciamento simultâneo de vários projetos é uma tarefa árdua, porém utilizamos vários controles que integram os cronogramas de todos os clientes.

Cada projeto tem suas peculiaridades em termos de detalhamento e interferências. Em relação ao gerenciamento simultâneo de vários projetos é uma árdua, porém utilizamos vários controles que integram os cronogramas de todos os clientes Heitor Haga

AECweb – Uma solução de bons resultados aplicada a um hospital pode ser reeditada num supermercado, por exemplo? Quais as metodologias utilizadas?
Pezzolo – Depende, pois o objetivo do projeto é adequar os sistemas a cada situação, ou seja, se o sistema desenvolvido para um hospital atender as condições do projeto do supermercado, ele poderá sim ser adotado. Em relação à metodologia utilizamos controles e programas desenvolvidos pela Proassp.

AECweb – A Proassp possui parceiros no exterior. No que difere os projetos? Como se adequar?
Pezzolo – Temos parceiro no Chile, a Fernando Perez Moore Y Cia Ltda. Esta adequação se dá por meio de pesquisa local junto às fábricas e aplicadores, e sempre procuramos conhecer o local.

Plataforma para gestão de projetos da construção civil

AECweb – Qual é o primeiro passo para desenvolver um projeto de impermeabilização?
Virginia Pezzolo – Primeiramente são definidos os locais a serem impermeabilizados. Depois são analisados os demais projetos e sugeridos sistemas mais adequados para cada área, fornecendo-os em metros quadrados e custos estimados. A partir daí, o cliente confirma os locais a serem impermeabilizados e os sistemas a serem utilizados em cada área, sempre levando em conta o custo/benefício desejado para a obra.

A próxima etapa é fazer o projeto executivo, que em função dos locais e sistemas escolhidos, são estudadas as demais interferências, tais como cotas em função do caimento (projeto de hidráulica), detalhes específicos (projeto de estrutura, arquitetura, paisagismo), e demais detalhes (interferências como ar condicionado, instalações elétricas e outros).

O objetivo do projeto é adequar os sistemas a cada situação, ou seja, se o sistema desenvolvido para um hospital atender as condições do projeto do supermercado, ele poderá sim ser adotado Heitor Haga

AECweb – Quais partes podem ser impermeabilizadas? E quais não podem?
Pezzolo – Não existe restrição a impermeabilização de áreas e normalmente todas as áreas molhadas devem ser impermeabilizadas, sempre em função da necessidade.

AECweb – Qual a manutenção? E de quanto em quanto tempo é necessário uma nova impermeabilização?
Pezzolo – Depende do sistema. Os sistemas expostos, ou seja, sem proteção mecânica, normalmente podem receber reparos. Outros dependem da remoção das camadas existentes sobre ele. Sobre a manutenção, isso vai depender da vida útil do sistema utilizado. Normalmente é recomendável que esta informação seja solicitada ao fabricante.

 

 

 

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AECweb – E em construções já existentes, como é a impermeabilização?
Pezzolo – No caso de recuperação, são analisadas as condições da obra, observando se existem projetos originais, quais as áreas localizadas sob a que vai receber intervenção, verificando o nível de risco envolvido no caso de re-execução da área.

Caso a obra não tenha informações suficientes sobre a impermeabilização existente, solicitamos a abertura de inspeções para verificar o tipo de sistema usado na área e cotas disponíveis para execução de novos serviços. É analisado o sistema de captação de águas pluviais para identificar se os caimentos existentes estão de acordo com o solicitado na norma, e se há necessidade de alteração dessas captações.

Caso a elaboração não seja possível, é recomendado no projeto. Após esta análise, são sugeridos aos clientes os sistemas e metodologias que podem ser adotadas no empreendimento e, em seguida, é elaborado o projeto executivo.

Redação AECweb / Construmarket

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Colaborou para esta matéria

Virginia Clemencia Pezzolo – é formada em engenharia civil pela Escola de Engenharia Mauá/SP, técnica em estatística pela Fundação Santo André, em instalações Hidráulicas e Prediais pelo Instituto de Engenharia.

Já foi vice-coordenadora da “Divisão de Impermeabilização” do Instituto de Engenharia de São Paulo, participou da Comissão Técnica do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização), foi diretora para Assuntos Internacionais – Instituto de Engenharia de São Paulo, conselheira do Conselho Deliberativo de Engenharia de São Paulo e do Conselho Consultivo do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Desde 1986 é sócia-gerente e responsável técnica da Proassp Assessoria, Projetos e Comércio Ltda.