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Equipe comprometida pode definir o sucesso de obras rodoviárias

Os desafios na gestão de obras rodoviárias não é diferente da gestão de projetos em outras áreas. “O ‘x’ da questão são as pessoas.
Equipe comprometida pode definir o sucesso de obras rodoviárias

De acordo com Marcos Hespanhol, engenheiro civil e gerente de Contrato da CR Almeida, os desafios na gestão de projetos de obras rodoviárias ou de qualquer obra de grande porte não é diferente da gestão de projetos em outras áreas. “O ‘x’ da questão são as pessoas.

É fundamental ter uma equipe competente, motivada e, principalmente, comprometida com os objetivos da empresa. Se o gerente de projetos conseguir equacionar esse aspecto, os outros desafios se tornam menores”, diz. Para ele, o longo tempo para a construção de uma rodovia não dificulta o trabalho do gestor de projetos.

“O problema não é a duração da obra. O importante é executá-la dentro do prazo planejado. Não interessa se o período é curto ou longo. Quando o prazo de execução começa a se ‘deslocar’ do planejado, outras áreas como custo ou qualidade tendem a ser sacrificadas”.

Para a construção de rodovias, normalmente, é necessária a retirada de grandes áreas verdes. “Quando se estuda a viabilidade técnica da obra, é feito um estudo de impacto ambiental. Depois disso são necessárias as licenças ambientais – prévia, de instalação e de operação. Nessas licenças, os órgãos ambientais de controle já definem as medidas compensatórias e mitigatórias que serão necessárias para a liberação da obra”, explica Hespanhol.

O PAPEL DOS STAKEHOLDERS

Em decorrência da extensão de uma rodovia, é possível dizer que uma das áreas de conhecimento do PMI – Project Management Institute –, que demanda maior atenção do gestor de projetos, depois da gestão de pessoas, é a gestão das comunicações e das partes interessadas – stakeholders.

O ‘x’ da questão são as pessoas. É fundamental ter uma equipe competente, motivada e, principalmente, comprometida com os objetivos da empresa. Se o gerente de projetos conseguir equacionar esse aspecto, os outros desafios se tornam menores Marcos Hespanhol

“Isso ocorre porque os stakeholders são muitos, com os mais diversos interesses possíveis e, às vezes, até antagônicos. A implantação de rodovias, em particular, além de contar com os stakeholders básicos – empresa, cliente, colaboradores, órgãos de controle, usuários e vizinhança –, devido a sua extensão, atravessam grandes áreas e interagem com mais pessoas. E, em consequência, são mais interesses a planejar, gerenciar e controlar”, diz o gerente e completa: “Para gerenciar o tempo e o prazo em obras rodoviárias, é preciso ter controle rigoroso, identificar os desvios de imediato e agir rapidamente para corrigir as distorções”.

Os fatores que devem ser levados em consideração ao desenvolver o projeto de uma rodovia, de acordo com o gerente, são custo, o tipo de uso, questões ambientais e sociais para a escolha do traçado, a classe da rodovia e o tipo de pavimento. Todos esses itens devem ser definidos no projeto. “Os principais projetos envolvidos em obras rodoviárias são os de terraplenagem, obras de arte corrente e especiais, pavimento, sinalização e iluminação”, conta.

ATRASO NA OBRA

Hoje, os principais motivos que levam a atrasos em obras de rodovias não estão relacionados a fatores diretamente ligados a execução da obra propriamente dita. O mais comum são atrasos nos processos de licitação, na obtenção das licenças, principalmente ambientais, na obtenção e continuidade dos recursos necessários para o andamento normal das obras e nas mudanças de escopo – projeto.

“Parece óbvio, mas a forma de evitar os atrasos é, antes de iniciar a obra, gastar mais energia no planejamento dos empreendimentos, superar as exigências dos órgãos de controle, obter as licenças necessárias e elaborar um projeto executivo mais eficaz, que não demande tantas mudanças. O problema é que isso não ocorre no Brasil. Há muitos interesses a serem atendidos. Começam aqui os problemas com os stakeholders”, analisa Hespanhol.

A forma de evitar os atrasos é, antes de iniciar a obra, gastar mais energia no planejamento dos empreendimentos, superar as exigências dos órgãos de controle, obter as licenças necessárias e elaborar um projeto executivo mais eficaz, que não demande tantas mudanças Marcos Hespanhol 

De acordo com ele, segurança do trabalho é um assunto que sempre deve estar na mira do gestor de projetos. “Mas, devido ao menor número de pessoas envolvidas na construção de rodovias, em comparação com as obras de construção civil e ao maior uso de equipamentos, este tipo de obra é mais seguro. As exceções ocorrem quando se executa obras em rodovias que estão em uso e têm tráfego intenso. Aí a atenção deve ser redobrada”.

KNOW-HOW

Para atuar na função de gestor de projetos de obras rodoviárias é preciso que o profissional tenha experiência na área. “É imprescindível, principalmente, para a função de gestor de projetos. Mas só experiência não garante o sucesso do gestor. É preciso um bom relacionamento interpessoal, cuidar das pessoas, principalmente da sua equipe, comunicar-se bem e, talvez, uma pitada extra de bom senso”, comenta o gerente.

Redação AECweb / Construmarket

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Colaborou para esta matéria:

Marcos Hespanhol – Engenheiro civil formado pela Universidade Estadual de Maringá. Com dois MBA´s executivos, o primeiro em Gestão Empresarial pela mesma universidade e o segundo em Gerenciamento Internacional de Projetos pela FGV, com extensão internacional nos Estudos Unidos pela Ohio University.

Em 2014 concluiu o CEO FGV, programa para profissionais seniores com ênfase em liderança e alto desempenho; estratégia, mudança e inovação; análise do ambiente econômico, político e social. Profissional com 14 anos de experiência atuando no mercado de construção pesada, no segmento de obras públicas, privadas e concessões.

A experiência de trabalho inclui gestão de contratos, participação nos conselhos diretivos dos contratos em andamento (consórcios), gerenciamento e desenvolvimento de pessoas, relacionamento técnico-comercial com clientes, órgãos de controle e principais parceiros, e responsabilidade pelo planejamento e cumprimento de metas dos contratos.

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