O gestor de projetos de supermercados deve levar em consideração a operação da loja. O envolvimento do cliente que contratou a construção do empreendimento, com sua equipe técnica ou de operações, é de grande importância para a implantação do projeto.
“Cada bandeira tem suas especificidades que, normalmente, interferem em outras disciplinas além da arquitetura, como a estrutura, instalações elétricas e hidráulicas, climatização, frio alimentar e sistemas eletrônicos”, exemplifica a arquiteta Adriana de Souza, que atua com gerenciamento e coordenação de projetos na Planservice Engenheiros Associados.
“Cada bandeira tem suas especificidades que, normalmente, interferem em outras disciplinas além da arquitetura, como a estrutura, instalações elétricas e hidráulicas, climatização, frio alimentar e sistemas eletrônicos”
Adriana de Souza
A profissional destaca que o cronograma da construção de um supermercado tem prazos sempre apertados, com quase todos os projetos sendo executados em paralelo à obra.
“Essa característica exige que o gestor de projetos seja extremamente objetivo, trabalhando em parceria com a equipe de gestão de obra, de modo que o andamento dos projetos esteja em total sintonia com os cronogramas de suprimentos e execução”, avalia. É preciso, segundo ela, cuidado especial com os sistemas de instalações elétricas e hidráulicas, pois podem resultar em elevado consumo de energia e água, devido às necessidades de frio alimentar e climatização.
“O mais importante é checar a relação entre o valor gasto para implantação dos sistemas e o pago para sua operação, de modo que se alcance equilíbrio entre ambos”, complementa.
Os projetos de luminotécnica, comunicação visual e interiores, estão diretamente relacionados ao desempenho positivo de vendas da loja. “Eles devem ser geridos com total envolvimento do cliente, pois serão os mais visíveis e responsáveis pela ambientação do supermercado”, afirma Adriana.
No caso da iluminação de gôndolas, o produto que será exposto e a ambientação do setor estão relacionados ao tipo de iluminação necessária, entretanto é preciso cuidado para não fugir da identidade visual do projeto, respeitando o layout do empreendimento, normalmente, definido pelo cliente.
“O mais importante é checar a relação entre o valor gasto para implantação dos sistemas e o pago para sua operação, de modo que se alcance equilíbrio entre ambos”
Adriana de Souza
O armazenamento das mercadorias também deve ser pensado durante o projeto. A arquiteta explica que grande parte do estoque fica guardada em racks, equipamentos em estrutura metálica e, geralmente, autoportantes.
“As áreas de estocagem baixas são feitas em blocos de paletes. O que realmente requer cuidado estrutural nos depósitos e docas é o piso, pois sobre eles há intenso tráfego de empilhadeiras que carregam peso e, portanto, precisam ser estruturados e com juntas tratadas. Este é, sem dúvida, um projeto muito importante, que não deve deixar de ser contratado. O mercado dispõe de ótimos consultores especialistas em pisos de alto tráfego”, avalia.
O piso do salão de vendas deve contar com material de alta resistência, por isso, o recomendável é que sejam frios e de fácil limpeza. “As áreas de preparo devem ser laváveis, inclusive as paredes. Desta forma, são utilizados painéis térmicos para fechamento de todo esse espaço. Nos ambientes administrativos, também é indicado o uso de pisos frios ou laminados, que são limpos com facilidade”, destaca Adriana, indicando que nos ralos e grelhas é importante prever proteção contra insetos e outros animais.
“As áreas de estocagem baixas são feitas em blocos de paletes. O que realmente requer cuidado estrutural nos depósitos e docas é o piso, pois sobre eles há intenso tráfego de empilhadeiras que carregam peso e, portanto, precisam ser estruturados e com juntas tratadas“
Adriana de Souza
A profissional comenta que a simplicidade de qualquer projeto facilita a execução, mas é interessante buscar alternativas para tornar estes ambientes mais agradáveis e bonitos. “Temos uma gama enorme de materiais de acabamentos industrializados, marcenarias com alta tecnologia, enfim muitas alternativas que podem nos ajudar na viabilidade dos projetos”, comenta.
Mais do que a busca por certificações ambientais, os projetos de supermercados visam a racionalização dos sistemas, com ênfase no consumo de água e energia. “De modo geral, os projetos têm direcionado seus conceitos para a economia no consumo”, pontua.
Por se tratar de obras rápidas, os projetos de supermercados tendem a ser concebidos com sistemas industrializados. Novidades tecnológicas e arquitetônicas, ou que busquem diminuir o consumo de energia e água, são sempre testadas neste tipo de empreendimento. “Os trabalhos tendem a acontecer em velocidade acelerada, pois o principal objetivo do cliente é inaugurar a loja, para que comece a operar e compensar o investimento aplicado em sua construção”, finaliza Adriana.
Redação AECweb / Construmarket
Boa gestão de compras diminui perdas na obra
Liderança é inerente à gestão de projetos
Boa prática recomenda integração entre gestão de projetos e outras áreas
Adriana de Souza – arquiteta formada pela Universidade Católica de Santos, cursando MBA em Gestão e Engenharia de Produtos e Serviços (GEP), pela Universidade de São Paulo.
Com experiência nas áreas de conceituação e desenvolvimento de projetos arquitetônicos, coordenação e compatibilização de projetos complementares, desenvolvimento e acompanhamento de projetos legais, estudos de viabilidade, acompanhamento e suporte às obras, estudos de alternativas de técnicas construtivas, engenharia de valores, suporte a orçamentos e contratações de obra, gerenciamento de equipe de coordenação de projetos.
Atualmente atua com gerenciamento e coordenação de projetos na Planservice Engenheiros Associados.
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