Análise de Valor Agregado auxilia a gestão

Entenda como a análise de valor agregado pode te ajudar na performance do projeto de sua empresa.
Desenho de um relógio e algumas moedas empilhadas ao fundo.

O método de Análise ou Gestão de Valor Agregado (Earned Value Management, conhecido também pelas siglas EVA ou GVA) é o conjunto de critérios que permite determinar a performance de um projeto com relação ao custo, ao prazo e à sua proposta original – em outras palavras, trata-se de um medidor de eficiência.

“Em gestão de projetos, esses são os três elementos fundamentais: tempo, custo e conformidade”, ressalta o professor Assed Haddad, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O conceito de  surgiu na década de 1960, no Departamento de Defesa dos Estados Unidos – maior contratante de obras e equipamentos do mundo –, com o objetivo de controlar os seus investimentos. Desde então, desenvolveu-se uma ampla literatura técnica para mensurar o desempenho de projetos.

“Uma das fórmulas principais é a que determina a relação entre o valor agregado e o valor planejado do projeto”, diz o professor Haddad, exemplificando com um projeto previsto para ser executado em 24 meses que, na metade desse tempo, já tenha despendido 60% de seu orçamento total.

“Se, chegando aos 12 meses, o gestor de projetos constatar que o valor efetivamente gasto é maior do que a metade do orçamento total, concluirá que houve uma perda. Ou seja, o seu valor agregado é menor”, explica.

 

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Análise de valor agregado e controle de custos

 

Em gestão de projetos, esses são os três elementos fundamentais: tempo, custo e conformidade. ” Assed Haddad

Outro exemplo dado pelo especialista esclarece a relação entre a conformidade de um projeto com a sua Análise de Valor Agregado.

Imaginemos, hipoteticamente, a execução do projeto do estádio do Maracanã, que tenha obedecido com exatidão às especificações contidas no manual da FIFA, exigindo 80 mil lugares de determinada qualidade: sabe-se, assim que houve, até agora, 100% de conformidade.

Mas isso não é suficiente, pois o prazo também é uma variável imprescindível, uma vez que a obra precisa ficar pronta para a Copa do Mundo, caso contrário, o investimento perde sua função.

Ou seja, mesmo considerando que o projeto arquitetônico esteja 100% em conformidade com a sua proposta inicial, é preciso focar o controle na diferença entre o prazo previsto e o que está sendo cumprido e entre o orçamento e o gasto real com a obra.

Se cada etapa da obra não é concluída a tempo, pode-se interpretar que houve um mau planejamento, ou problemas na execução, como atrasos e lentidão.

Pode acontecer, ainda, de não haver problemas com relação ao tempo, mas sim com o custo, quando este fica fora do padrão planejado.

Pode existir, ainda, um cenário em que o custo fica abaixo do esperado, ou seja, parece haver um melhor desempenho do projeto – no entanto, o problema, aqui, é que houve erro no planejamento de custos.

Uma vez que o projeto está planejado e vai ser implementado, o método do valor agregado permite interferir na execução de forma dupla: por análise de tendências, predizendo desvios futuros a partir de um resultado atual, e corrigindo desvios de projeto. ” Assed Haddad

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Diante dessas possíveis ocorrências, o cronograma de execução do projeto é uma ferramenta essencial da gestão. “Uma vez que o projeto está planejado e vai ser implementado, o método do valor agregado permite interferir na execução de forma dupla: por análise de tendências, predizendo desvios futuros a partir de um resultado atual, e corrigindo desvios de projeto”, destaca o professor.

Associado ao planejamento convencional – quando utiliza ferramentas computacionais de gestão de projetos e uma rede de precedências –, o gestor de projetos determina quando adotar o método.

A Análise de Valor Agregado pode ser implementada tanto na fase em que o projeto é iniciado como durante a execução, se o gestor entender que não estão sendo utilizadas ferramentas de controle apropriadas.

“A maioria das construtoras, sobretudo as pequenas, desconhece as funcionalidades do método, acreditando, inclusive, que ele seja muito complexo. A sua divulgação não alcançou ainda o grande público do setor, apenas as construtoras que mantêm sistemas de controle mais precisos, com informação qualificada”, observa Haddad, lembrando, porém, que a sua aplicação não é somente mais simples do que se costuma imaginar, como muito importante:

“Com o tempo e a colaboração dos sistemas computacionais, a Análise de Valor Agregado se tornou bem interessante e não traz mais dificuldades”.

 

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Redação AECweb / Construmarket

 


 

Colaboração técnica

 

Assed Haddad – Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1986), bacharel em Direito pelo Centro Universitário Fluminense (1993), mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense (UFF, 1992).

Doutor em Engenharia de Produção pela COPPE / Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996), com pós-doutorado pela University of Florida (2006), nos Estados Unidos, e pela Universitat Politècnica de Catalunya, na Espanha (2010).

Professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi professor visitante nas University of FloridaUniversitat Politècnica de Catalunya e na Universitat Rovira i Virgili.

É professor do Programa de Engenharia Ambiental da UFRJ e do Programa de Engenharia Civil da UFF.

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