5 consequências graves de falhas na gestão de projetos

Problemas de gerenciamento podem levar a atrasos, custos extras, desgastes com clientes e perda de contratos. Saiba como evitá-los
5 consequências graves de falhas na gestão de projetos

Redação AECweb / Texto: Juliana Nakamura


gestão de projetos de construção é uma atividade cada vez mais crítica para o sucesso das empresas. Afinal, do seu desempenho, dependem fatores como o atendimento a prazos, o respeito aos orçamentos pré-definidos e a entrega em alinhamento com as expectativas dos clientes.

Na construção civil, realizar esse gerenciamento não é tarefa fácil. Tanto é que a quantidade de projetos que falham ou não atingem o objetivo inicial é consideravelmente alta. Confira, a seguir, quais são os desdobramentos mais comuns de falhas na gestão de projetos e como evitá-los:

1) INSATISFAÇÃO E PERDA DE CONTRATOS

Projetos mal gerenciados resultam, quase sempre, em insatisfação por parte dos clientes. Muitas vezes, esse descontentamento é causa de conflitos e desgastes tanto aos profissionais, quanto à imagem das empresas. Definir corretamente o escopo do projeto é um passo importante para evitar transtornos. O escopo deve deixar claro o que precisa ser feito, a que tempo e com qual custo. Ele também precisa incluir elementos como orçamento, mapeamento de processos, cronograma e metas. Uma boa prática é decompor o escopo em partes menores por meio da estrutura analítica de projeto (EAP). Assim, fica mais fácil alocar os recursos disponíveis com eficiência.

 

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2) ATRASOS NA ENTREGA

Na construção civil, atrasos em entregas são sinônimos de desgastes à imagem da empresa e podem implicar no pagamento de multas e de outros gastos inesperados. “Os prazos pré-definidos devem ser possíveis de atendimento, considerando tarefas realizadas previamente ou em paralelo para não causar atrasos, retrabalhos e desconforto que prejudique a equipe e o bom resultado do projeto”, comenta Carla Marques, gerente de projetos da construtora e incorporadora SKR. Além de um cronograma consistente, é importante que o gestor compreenda as razões que costumam levar os projetos a estourarem o prazo. Os mais relevantes são: recursos humanos insuficientes, atrasos no início das atividades, atraso de fornecedores, excesso de burocracia e riscos mal dimensionados.

3) ESTOURO DE ORÇAMENTO

Um dos pesadelos dos gestores de projetos é o estouro de orçamentos, causa de aditivos contratuais, redução de margens de lucro e de prejuízos financeiros. “O novo ciclo de retomada do setor ainda não se refletiu numa recuperação expressiva dos preços dos imóveis. Por isso, o desafio atual está em adequar o modelo de gestão a uma nova realidade de custos muito mais enxuta e compatível com as novas exigências dos clientes”, comenta Cassio Monteiro Alves, gerente de planejamento e controle da construtora Moura Dubeux.

 

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4) BAIXA PRODUTIVIDADE

Apesar de alguns avanços, a construção civil brasileira ainda está muito associada ao improviso, à ausência de sistemas de gestão e à baixa adesão a ferramentas digitais. Essa realidade resulta em retrabalhos, baixa produtividade, pouca confiabilidade e imprecisão na entrega dos projetos. Na rotina dos coordenadores de projetos, perde-se muita eficiência por falhas de comunicação. “A comunicação quando não é efetiva gera erros de percurso que impactam as atividades programadas e geram desmotivação das equipes”, alerta Carla Marques.

5) ATRASO TECNOLÓGICO

Muitas tecnologias digitais surgiram nos últimos anos para auxiliar os gestores a dar mais assertividade a seus projetos. Entre as mais impactantes estão os softwares de gestão e a modelagem da informação (BIM), que atua tanto na verificação de incompatibilidades, quanto dá mais consistência a planejamentos e orçamentos. O problema é que, muitas vezes, a dificuldade de interoperabilidade dos modelos BIM desmotiva as empresas a migrarem para essa tecnologia. “A consequência disso é a adoção de processos antiquados, incapazes de atender as demandas dos tempos atuais, além de desperdício de tempo e de recursos financeiros”, comenta Roberta Chicoli, gerente de vendas de Soluções SaaS na e-Construmarket. Segundo ela, para eliminar esses obstáculos, uma saída é dispor de soluções de compartilhamento de documentos em extensão aberta (formato IFC).


COLABORAÇÃO TÉCNICA

Carla Marques — Arquiteta e urbanista, é coordenadora de projetos da construtora SKR Construtora e Incorporadora.

Cassio Monteiro Alves — Engenheiro civil com MBA em gestão empresarial, é gerente de Planejamento e Controle da Moura Dubeux.

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